Os tratamentos contra o câncer, como quimioterapia, imunoterapia, terapia-alvo, anticorpos conjugados à droga (ADC) e hormonoterapia, são essenciais para o controle da doença. Cada tratamento pode causar efeitos colaterais diferentes, que variam de intensidade e frequência conforme o tipo de medicamento, dose e características individuais do paciente. Saber o que esperar e como lidar com esses efeitos ajuda a reduzir desconfortos, prevenir complicações e manter a qualidade de vida durante o tratamento.
1. Principais efeitos colaterais por tipo de tratamento
Quimioterapia
- Fadiga: cansaço intenso, aliviado com descanso e atividade física leve.
- Náuseas e vômitos: controlados com medicamentos prescritos.
- Perda de apetite: fracionar refeições e enriquecer com proteínas e calorias ajuda.
- Queda de cabelo (alopecia): geralmente temporária.
- Alterações na medula óssea: podem causar anemia, infecções ou sangramentos.
- Mucosite (feridas na boca): exige cuidados com higiene e alimentação.
Imunoterapia
- Inflamação em órgãos saudáveis: pele, intestino, fígado ou pulmão.
- Sintomas gerais: fadiga, febre, erupções cutâneas, diarreia.
- Geralmente manejáveis com corticoides ou outros medicamentos específicos.
Terapia-alvo
- Alterações na pele e unhas, hipertensão, alterações hepáticas ou renais.
- Pode causar fadiga, diarreia ou alterações digestivas.
- Monitoramento laboratorial frequente ajuda a ajustar doses.
Anticorpos conjugados à droga (ADC)
- Efeitos semelhantes aos da quimioterapia, mas geralmente mais localizados ou menos intensos, devido à ação direcionada.
- Monitoramento próximo garante segurança e ajuste do tratamento.
Hormonoterapia
- Ondas de calor, suores e alterações de humor.
- Fadiga, dor articular ou muscular.
- Alterações na densidade óssea (osteoporose) e no metabolismo (ganho de peso, colesterol, glicemia).
- O acompanhamento médico contínuo ajuda a minimizar esses efeitos e manter a qualidade de vida.
2. Estratégias gerais para manejo
- Comunicação com a equipe médica: relatar qualquer sintoma permite intervenção precoce.
- Acompanhamento multidisciplinar: nutricionista, fisioterapeuta, psicólogo e enfermagem auxiliam na redução dos efeitos adversos.
- Medicações de suporte: antieméticos, analgésicos, antibióticos, corticoides e suplementos quando necessários.
- Estilo de vida saudável: alimentação adequada, hidratação, atividade física leve e sono de qualidade ajudam na tolerância ao tratamento.
- Controle do estresse e suporte emocional: terapias de relaxamento, grupos de apoio e acompanhamento psicológico são importantes.
3. Quando buscar ajuda imediatamente
- Febre ou sinais de infecção.
- Sangramentos inesperados ou hematomas sem causa aparente.
- Dor intensa ou persistente.
- Falta de ar, inchaço súbito ou alteração na urina.
- Qualquer sintoma novo ou que preocupe o paciente.
Resumo importante
Efeitos colaterais são esperados, mas nem todos os pacientes terão todos os sintomas. O manejo precoce, a comunicação com a equipe médica e os cuidados multidisciplinares são fundamentais para minimizar o impacto na vida do paciente.
O objetivo do tratamento é combater o câncer com segurança, preservando ao máximo a qualidade de vida e o bem-estar.
Referências
INCA – Instituto Nacional de Câncer. Efeitos colaterais dos tratamentos do câncer. Disponível em: https://www.inca.gov.br.
National Cancer Institute (NCI). Side Effects of Cancer Treatment. Disponível em: https://www.cancer.gov/about-cancer/treatment/side-effects.
American Cancer Society. Managing Side Effects. Disponível em: https://www.cancer.org.